segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A gente se acostuma...

Eu sei que a gente acostuma.

Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos
e a não ter vista que não seja as janelas ao redor.
E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olhar para fora logo se costuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas logo se acostuma acender mais cedo a luz.
E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a cordar de manhã sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque esta atrasado.
A ler o jornal no onibus porque não pode perder tempo da viagem.
A comer sanduiche porque não dá pra almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no onibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra.
E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja número para os mortos.
E aceitando os números aceita não acreditar nas negociações de paz,
aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone:
hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quendo precisava tanto ser visto.
A gente e acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita.
A lutar pra ganhar o dinheiro com que pagar.
E a ganhar menos do que precisa.
E a fazer filas pra pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, pra ganhar mais dinheiro,
pra ter com que pagar
nas filas que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e a ver cartazes.
A abrir as revistas e a ver anuncios.
A ligar a televisão e a ver os comerciais.
A ir ao cinema e engolir publicidade.
A ser instigado, conduzido, desnorteado,
lançado na infindavel catarata dos produtos.
A gente se acostuma a poluição.
As salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro.
A luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam luz natural.
Ás bacterias da agua potável.
A contaminação da água potável.
A lenta morte dos rios.
Se acostuma a não ouvir o passarinho,
a não ter galo de madrugada
a temer a hidrofobia dos cães.
a não colher frutas no pé, a não ter seuqer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer.
Em doses pequenas, tentando não perceber,
vai se afastando uma dor aqui,
um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se o cinema está cheio a gente senta na primeira fila
e torce um pouco o pescoço.
Se a praia está contaminada a gente só molha os pés
e sua no resto do corpo.
Se o trabalho está duro, a gente se consola
pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito
o que fazer a gente vai dormir cedo
e ainda fica satisfeito porque
tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza,
para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas,
sangramentos, para esquivar-se
da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida
que aos poucos se gasta e, que gasta,
de tanto acostumar se perde de si mesma.

(Marina Colasanti)

domingo, 10 de outubro de 2010

Mais um dia...

                     
Mais um dia, e eu aqui ficando doidinha com tantos trabalhos, leituras, planejamentos..., resolvi então me presentear com uma folguinha, jogar para cima tudo referente a vida acadêmica e curtir  meu lindo afilhado, esse com cara de sapeca na fotografia ao lado. Como faço diariamente fui checar meus e-mails, deixar uns recadinhos para alguns amigos, eis quando acabo de receber mensagem de uma amiga convidando para irmos amanhã no Partido, era tudo que precisava, pensei até em hesitar por estar com alguns trabalhos acumulados, mas logo me dei conta que não era boa idéia, afinal já nem lembro qual foi o último reggae que curtir, a vida acadêmica me afasta cada dia mais desses momentinhos entre amigos e necessito estar entre pessoas que amo e conseguem me alegrar. Estou cada dia mais feliz!!! E amanhã podem apostar vou extravasar no Ed. Dez.

PS : Ontem aprendi a dançar a (dança do Lôro) e jogar capoeira com meu afilhado YAN ARTHUR e PEDRO. Mais um dia lindo com a família.

sábado, 9 de outubro de 2010

Eu quero uma casa no campo...

Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais
Eu quero carneiros e cabras pastando solenes
No meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
Meu filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal
Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais

Para Painho...

Tudo nessa vida derrete
Mesmo o que nao me parece tao frio…
E o que me aquece, nem sempre esquenta alguem.
Eu inverno quando estou meio perdida.
Eu me entendo se veraneio em pensamentos que voam no vento,
Talvez voem com os ventos…
E eu vou,
brinco com os bonecos de neve e ateh me congelo.
As vezes esses bonecos sao interessantes,
nohs os vemos pateticamente enfeitados para uma estacao,
Para serem apreciados… ou nao… No minimo expostos… para nada.
Cheios… de neve. Apenas neve.
Quando esses “bonecos vazios” surgem, observo,
E, as vezes, me escondo em cobertores, me protejo com capas, meias e luvas,
Porque as luvas nao deixam digitais.
Gosto das pegadas na neve,
Mas as vezes nao quero deixar as digitais,

Digitais sao muito pessoais.
Quero a primavera.
Muitas flores me esperam
E tem flores que colorem meu dia,
Tem outras que necessitam mais cuidados.
Um dia eu pensei que nao existissem flores feias,
Mas me espantei com a feiura de algumas delas…
O melhor eh que nao precisei fazer nada,
Elas murcharam.
Quando chorei por essas flores, vi que voltei ao inverno,
As lagrimas eram pequenas goticulas empedradas.
Nao vale a pena congelar o que nao serve…
Eu penso:
“Na verdade, essas feiosas devem ser bonecos de neve disfarcados em flores”.
Muitas vezes atropelamos fatos… estacoes.
Volto ao verao, entao.
Tudo derrete no verao.
E se as folhas parecem-me cheias de cor,
O outono vem e prova que nao.
A obra de arte de Deus eh completa,
delicada,
mais do que honesta, eh real.
E por ela eu me derreto de amor.
Porque depois de tempestades de flores que enganam, sempre permanece o que ha de melhor em mim.
Certamente, eh o amor.
Este sim eh importante,
Ele se congela pra me mostar o que eh bom, floresce em minha alma, cai sobre o meu coracao e o fertiliza e ainda me faz derreter.

Painho embora o tamanho do seu ciúme seja proporcional a sua teimosia.  “Voce eh assim, um sonho pra mim". Desculpas minhas falhas, TE AMO sem noção...

Será que é amor???



Foi assim como ver o mar
A primeira vez que meus olhos
Se viram no seu olhar

Não tive a intenção
De me apaixonar
Mera distração
E já era o momento de se gostar

Quando eu dei por mim
Nem tentei fugir
Do visgo que me prendeu
Dentro do seu olhar
Quando eu mergulhei
No azul do mar
Sabia que era amor
E vinha pra ficar

Daria prá pintar todo azul do céu
Dava prá encher o universo da vida
Que eu quis prá mim

Tudo que eu fiz
Foi me confessar
Escravo do teu amor,
Livre para amar
Quando eu mergulhei
Fundo nesse olhar
Fui dono do mar azul
De todo azul do mar

Foi assim como ver o mar
Foi a primeira vez que eu vi o mar
Onda azul, todo azul do mar
Daria pra beber todo azul do mar
Foi quando eu mergulhei no azul do mar

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Amigos são presentes...


Minhas saudades, meus amores. Hoje numa sessão de nostalgia, depois de um dia corrido na Faced e com meus anjinhos no Estágio, me vejo pensando em meus melhores, poucos e lindos amigos. A saudade toma conta do meu coração. Saudades das loucuras de Tina, Martha, Zélia, Queline e Luanda, das resenhas de minha irmã Taí, de minha amiga confidente Vânia, dos conselhos e gaiatisses de Hamilton, dos meus pretos chatos Kinho e Fernando, das conversas com Edlaine, Taíse e minha amiga enrolada Laércia, enfim das farras, gargalhadas, reggaes... Eh duro ficar sem vocês de vez em quando (SEMPRE), parece que falta um pedaço de mim. Todos estamos seguindo nossos caminhos, lutando pela nossa sobrevivência, mas a saudade aperta, ou melhor, como diz a música de Jammil "saudade dói dói dói, machuca o coração". Meu consolo é que se não nos falamos com tanta frequência, nos protegemos a distância porque entre nós existe muito amor, eh muito amor... Aí muitos se perguntam, nesse mundo louco de pessoas individualistas, perversas..., é possivel falar em amor??? Tenho que confessar que contínuo acreditando nesse lindo sentimento, embora tenha convicção que ele não permanece diariamente no nosso mundinho.
Nesse momento de minha vida, quero agradecer a Deus por ter me presenteado e por me permitir conhecer pessoas tão iluminadas, que me faz acreditar que verdadeiras amizades permanecem, transcedem.

Amo, amo, amo, amo, amo...

Quem diria...

Quem diria... eu aqui em frente a um PC com desejo de compartilhar meus medos, amores, tristezas, alegrias, saudades, vídeos... sem ser por obrigação, nem eu mesmo consigo acreditar, logo eu que sempre me coloquei tão dispersa em relação as TIC (Tecnologia de Informação e Comunicação), agora me vejo aqui querendo expor meus sentimentos nesse ambiente fantástico kkk.
Dessa vez fiquei muito tempo distante. Eu seiiii. E o melhor sentir saudades. Tinha dias de muitas inspirações, de desejo de compartilhar algo, mas o corre corre não me permitia. Hoje não podia deixar de passar  por aqui, para dizer que estou muito feliz apesar de com muita saudade do que me sustenta, dos meus pilares, dos meus amores (Yan Arthur, Lilica, Tia Joca, Tai, Paty...). Tantas coisas boas aconteceram 'Não tenho culpa se meus dias têm nascido completamente ColoridOs e os outros cismam em querer borrar as cores. Não tenho culpa se meu sorriso é de verdade e acontece por motivos bObOs, mas bem especiais. Estou FELIZ por demais e precisava dividir esse momento...